Stuart Hall


Kingston, Jamaica 3 de fevereiro de1932  




Stuart Hall estudou como um bolsista Rhodes no Merton College, na Universidade de Oxford, onde obteve o seu mestrado. Trabalhou na Universidade de Birminghan e tornou-se o personagem principal do Birminghan Center for Cultural Studies. 

Entre 1979 e 1997 foi professor na Open University. Nos anos 1950, após ter trabalhado na Universities and Left Review, Hall juntou-se a E. P. Thompson, Raymond Willians e outros para fundar a revista New Left Review. Em 1964 foi co-auto com Paddy Whannel de “The popular arts”. Em 1968, tornou-se diretor Birminghan Center for Cultural Studies.

Foi nomeado professor de Sociologia na Open University em 1979. 

Aposentou-se dessa em 1997.

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Principais Ideias

O trabalho de Stuart Hall é centrado principalmente nas questões de hegemonia e de estudos culturais, a partir de uma posição pós-gramsciana. Segundo hall, o uso da linguagem é determinado por uma moldura de poderes, instituições, política e economia. Nessa visão, as pessoas são apresentadas como “consumidoras” e “produtoras” de cultura ao mesmo tempo.

Hall é um dos principais defensores da teoria da recepção, que defende que a audiência não é apenas uma receptora passiva de um texto (seja ele escrito, oral ou visual). Sua percepção é um processo ativo, onde existe a negociação em torno da significação, esta irá depender do contexto cultural no qual o indivíduo está inserido; fator que pode explicar porque algumas pessoas aceitam um texto que por outras é rejeitado.

De acordo com Hall, o significado de um texto situa-se em algum lugar entre o produtor e o leitor, modelo de codagem e decodagem, desenvolvido por ele. No qual ainda que o produtor codifique seu texto de forma particular, o leitor irá decodificá-lo de uma forma diferente_ a que Hall chamou de margem de entendimento.

Em uma de suas principais obra, “A Identidade cultural na pó-modernidade”, Hall, entende que as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o mundo social estão em declínio, e com isso novas identidades estão surgindo e fragmentando o indivíduo moderno, que antes era visto como um sujeito unificado, centrado.

Segundo Hall, as identidades na pós-modernidade estão entrando em decadência, reproduzindo um sujeito descentrado, deslocado fragmentado. Esse processo de fragmentação das estâncias culturais estão mudando as identidades pessoais, diminuindo as ideias que temos de nós mesmos como sujeitos integrados, acabando por constituir uma “crise de identidade”, onde as estruturas das sociedades modernas que eram centradas estão sendo diminuídas, além das mudanças de referência que sofrem os quadros que davam aos indivíduos uma posição estável no mundo social.

Ainda em “A Identidade cultural na pó-modernidade”, Hall distingue três concepções de realidade:

a) Sujeito do Iluminismo: baseado na idéia da pessoa humana como um indivíduo completamente centrado, unificado, de ações centradas em um núcleo interior que lhe acompanhava desde o nascimento fazendo com que permanecesse o mesmo durante toda a vida.

b) Sujeito Sociológico: este mostra a complexidade do mundo moderno e a consciência, segundo o qual o núcleo moderno não era autônomo e auto-suficiente, mas sim formado a partir da sociabilização.

c) Sujeito pós-moderno: este é tido como aquele que não tem uma identidade fixa, essa, torna-se “uma celebração móvel”, formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam.  E definida historicamente, e não biologicamente.

Atualmente o que se , são várias “tribos” vivendo em um mesmo lugar. E a cada dia surge uma denominação para identificar um grupo. Cada vez mais as pessoas se transformam e incorporam modos e atitudes para poderem se integrar a determinado grupo. Isso faz com que apesar de estarmos mais próximos, estamos nos tornando heterogêneos e fragmentados. E é fato que muitos desses indivíduos fragmentados, ainda não aprenderam a conviver com grupos de identidades diferentes, e isso acaba muitas vezes por gerar um conflito entre os grupos.



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Principais Obras

  • "Cultural Studies: two paradigms" in Media, Culture and Society 2, 1980, 57-72.
  • “ Representation: Cultural Representations and Signifying Practices, 1997.
  • Encoding and Decoding in the Television Discourse, 1973.
  • "Notes on Deconstructing the Popular" in People's History and Socialist Theory, London: Routledge, 1981, 227-49.
  • “A Identidade cultural na pós-modernidade”
     

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