George Gerbner


Budapeste, Hungria
8 de Agosto de 1919 - 24 de Dezembro de 2005



George Gerbner formou-se em 1942 em jornalismo pela universidade da Califórnia Berkelly. Trabalhou para o San Francisco Chronicle como colunista, escritor e editor da assistência financeira. Começou a lecionar Jornalismo no El Camino College. 

Fez mestrado (1951) e doutorado (1955) em comunicação pela Universidade do Sul da Califórnia e ganhou o prêmio pela melhor dissertação com a tese “Através de uma Teoria Geral da Comunicação. Gerbner teve uma grande carreira docente, lecionou telecomunicação na Temple University, depois transferiu-se para a Annaberg Schooll of Communication da Pennsilvânia onde foi reitor. 

Também trabalhou como professor em diversas faculdades como a American de Washington, Ilinois, Califórnia do Sul, Salesiano de Roma, Budapest, Atenas e American do Cairo. Atuou também como presidente da Comissão Nacional Johnson sobre as Causas e a Prevenção da Violência, em 1968 foi diretor do “Cultural Indicators”, projeto destinado a medir a violência na TV e seus efeitos sociais; presidente do Cultural Environment Movement (CEM), iniciativa internacional criada em 1991 voltada para o equilíbrio e a diversidade dos meios; foi diretor do Journal of Communication; presidente do conselho editorial da International Encyclopedia of Communication.

Em novembro de 2005 foi-lhe diagnosticado um câncer, vindo a falecer em dezembro, em seu apartamento na Filadélfia.

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Principais Ideias

A teoria do cultivo foi uma das principais teorias desenvolvidas por Gerbner. Segundo ele a televisão se tornou a maior contadora de histórias do século XX, ela socializa, ou cultiva os públicos em uma visão de mundo compartilhada, cultivando desde a infância, perspectivas e preferências que antes eram adquiridas de outras fontes primárias.

De acordo com Gerbner a TV super-representa gêneros, raças, culturas, construindo uma realidade que muitas vezes ultrapassa a nossa realidade. Pessoas que tem a TV como única fonte de informação, acabam tendo uma percepção de mundo confusa, uma vez que a super-representação da realidade cultivada pela televisão faz com que esses indivíduos não consigam mais distinguir entre os conteúdos televisivos e as situações reais.

Em sua teoria Gerbner, analisou empiricamente as audiências e observou a dependência do indivíduo pela TV, para a construção do seu imaginário individual, mundo pessoal além dos valores adquiridos através do consumo habitual de certos programas. Esse cultivo que age sobre a percepção e conhecimentos pessoais está relacionado com a intensidade com a qual o indivíduo se expõe ao meio. Segundo Gerbner, quando um emissor foca em atingir um público específico e para tal cria uma linha narrativa que prende a sua atenção, os efeitos são mais evidentes. O emissor também pode usar táticas como o “efeito ressoante” ou “ressonância” e, também o vetor de “convergência” (maisntreaming), em que a mídia cultiva princípios básicos facilmente assimilados pelo espectador dentro de um contexto social e cultural.

Em sua pesquisa, Gerbner se interessou principalmente pelas conseqüências do consumo de conteúdos onde predominam aspectos violentos. Para ele a exposição prolongada á TV favorece o desenvolvimento de atitudes violentas e anti-sociais no indivíduo, além de outros tipos de patologias.

O espectador intensivo ou excludente, assim classificado por Gerbner como aquele que se expõe intensamente á TV e não consome outros meios, tende a construir uma percepção da realidade através do que lhe é dito pela TV, de acordo com Gerbner essa percepção tende a ser mais pessimista do que a formada por indivíduos que procuram fontes complementares de informação.

Pra o teórico os públicos mais vulneráveis ao cultivo são as crianças e jovens. Ele adverte que aos 12 anos uma crianças já foi contemplada através da televisão, por uma média de 8.000 mortes violentas. Também pontua que o tempo que uma criança fica exposta a TV, supera o tempo dedicado a família, escola, igreja e outras instâncias de socialização.

Outros Pontos da Teoria do Cultivo

  •   “Conceito de Medo” ou “Expectativa de Vitimização”: a exposição constante do público às cenas de violência em programas televisivos, ou a cenas reais de crimes nos noticiários, pode levar, por exemplo, os telespectadores pesados (que tem um tempo prolongado de exposição à TV), a pensar que nunca estão seguros, que eles, ou alguém próximo, podem ser a próxima vítima.
  •  “Síndrome do mundo mau”: a exposição constante do indivíduo à TV e sua realidade super-representada, faz com que espectadores pesados tenham o mundo como um lugar excessivamente ruim.
  •  “Desensibilização” e “Banalização”: De tanto assistir á conteúdos e cenas de violência na TV, o indivíduo começa a ter aquilo como algo normal. Uma vez que a violência no mundo da TV é vista principalmente como uma forma de poder.
  •  “Ressonância”: A realidade diária da TV proporcionam uma “dose dupla” de mensagens que “ressonam” e amplificam a cultivação.
  •  “Mainstreaming”: Quer dizer que a audiência pesada à TV pode absorver ou anular diferenças em perspectivas e comportamentos, que usualmente sustentam outros fatores e influências.
  •  Os elementos de cultivo não se originam com televisão ou aparecem do nada. A classe social, os fatores pessoais, ou seja, a vida do indivíduo também determinam a forma, o meio e o grau de contribuição da TV.
     
Em filmes e series onde há conteúdo violento, para manter a audiência do público, as sequências tem que ser cada vez mais violentas.    

Serie de TV americanaThe Walking Dead
















A série que conta a estória de sobreviventes de uma praga que transforma habitantes da Terra em zumbis, é um bom exemplo da teoria do cultivo. Na serie são mostradas as maiores atrocidades possíveis sendo cometidas pelos humanos. um grande destaque para os zumbis, que são sempre deformados e passam um ar medonho. Os seres humanos sobreviventes tentam escapar do zumbis e acabam sempre entrando em confronto com eles, e de forma muitas vezes violentas e sangrenta tentam matá-los. Além destes, a serie retrata o que seria um fim do mundo onde ocorre um Apocalipse Zumbi. A primeira temporada da serie teve cinco episódios a segunda contou treze episódios. E atendendo aos desejos do espectador o números de zumbis, de mortes e de sangue cresceu juntamente com o número de episódios.


 Jornal Popular





Fatos reais sobre violência abrem o apetite das pessoas por violência. O enfoque da mídia nesse assunto faz com que os indivíduos tenham uma visão mais pessimista do mundo, acreditando que o mundo é mais violento do que realmente é. As pessoas passam a ter a violência como algo normal.Ambas as manchetes trazem notícias de fatos reais sobre violência.

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Principais Obras
  •      Contra a corrente dominante (com M. Morgan, 2002)
  •       Invisible Crises (with others, 1996) Crise Invisível (com os outros, 1996)
  •      The Global Media Debate (with others, 1993) A Global Media Debate (com os outros, 1993)
  •      Triumph of the Image (with others, 1992) O triunfo da imagem (com os outros, 1992)
  •       Beyond the Cold War (with others, 1991) Além da Guerra Fria (com os outros, 1991)
  •       The Information Gap (with others, 1989) A lacuna de informações (com os outros, 1989)
  •        Violence and Terror in the Mass Media (with N. Signorelli, 1988) Violência e terror na mídia de massa (com N. Signorelli, 1988).


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